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Histórico 

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   Acompanhando tantas notícias trágicas sobre o nosso país e o mundo, mais a chegada de um vírus mortal que insiste em permanecer por aqui, bate uma tristeza e uma desesperança profundas. Como artista, penso que a minha função social é conseguir, dentro disso tudo, arejar a mente, o corpo e o coração e encontrar artifícios para tornar a vida mais leve, não somente para mim, mas para as pessoas que eu consiga alcançar.

    No final de 2019 aconteceu a estreia do meu solo de palhaça intitulado Estrela D’Alva – Uma Jornada Clownesca que, por conta da pandemia do Covid 19, teve uma curta temporada de apresentações. Eu, que estava envolvida em muitos projetos de oficinas e apresentações deste solo, me vi à deriva, como tantos outros artistas e trabalhadores que tiveram que fechar as suas agendas e esperar essa onda passar.

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    Percebendo que a onda era grande e que iria demorar para tudo se “normalizar”, fui obrigada a me reinventar. Em parceira com os dois grupos que eu integro: a ONG Doutorzinhos e o Coletivo Das Flor, passei a criar e compartilhar nas redes sociais vídeos com a minha palhaça, Leontina, refletindo sobre este momento, e participar com ela de intervenções virtuais feitas a partir de ferramentas e plataformas online. 

   Essas experiências e parcerias foram muito positivas, e motivaram o início da montagem do espetáculo VAI PASSAR. Um solo de palhaça, interativo, com duração de 35 minutos e apresentado de forma online e ao vivo. A temática partiu dos conceitos de impermanência e inter-relação, e foi fruto de uma reflexão profunda sobre o caráter mutável da vida. A montagem foi pensada para o “palco” virtual, e lança mão da improvisação como dispositivo de relação entre os participantes e se aventura a desbravar os recursos das ferramentas da web para provocar interações pautadas na leveza, na inteireza e no humor.

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     VAI PASSAR teve sua estreia em dezembro de 2020 dentro da programação do Nova Roma Cultural e depois participou do Festival Palhaças do Sul em março de 2021. Neste momento, está em processo de aprofundamento nos âmbitos da atuação, trilha sonora, dramaturgia, direção de arte e direção geral, dentro do Edital Criação e Formação Diversidades das Culturas, realizado com recurso da Lei Aldir Blanc n° 14.017/20 e terá duas apresentações nos dias 10 e 11 de julho de 2021. Dessa forma, sigo dando continuidade a minha pesquisa na arte da palhaçaria, que vem sendo desenvolvida desde 1997, no exercício da relação com a minha palhaça em saídas de rua, visitas em hospitais, em asilos, no palco e, agora, no ambiente virtual.

     Essas apresentações terão tradução em libras e serão acompanhadas de debate sobre o processo criativo do espetáculo, os desafios e as descobertas no campo da atuação do clown no ambiente virtual. Acredito que, assim, é possível alcançar uma democratização e acessibilidade do projeto, que estão também, contidas na própria linguagem do palhaço e do espetáculo, que é apropriado para todas as idades.

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Em suma, VAI PASSAR é uma proposta de linguagem ampla, que se comunica com todas as idades e gêneros e que busca refletir sobre a condição efêmera da vida. Em um formato aberto ao improviso e a participação do público, busca promover uma cumplicidade e comunhão entre os presentes, através da exposição, do riso e da relação. O clown só existe, isto é, só tem vida, em cena, com uma plateia. Ele possibilita um real encontro entre artista e espectador abrangendo temáticas profundas com humor, leveza e poesia. Isso é um avanço espetacular no reconhecimento da função social do palhaço que vai além de fazer graça. Supõe aceitar que nem tudo está voltado para melhorar apenas as condições materiais e econômicas da vida, mas sim que é necessário, também, um especial cuidado com a saúde anímica e espiritual de todo e qualquer Ser humano.

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